Juliano Lázaro
Especial para O Movimento
Realidade da Cooperep contrasta com o colorido das novas lixeiras de coleta seletiva
“Promovendo uma cidade sustentável”. Essa frase está estampada em uma parede da Cooperep (Cooperativa de Reciclagem de Pirassununga). “Parede” é o modo de falar, como o leitor verá a seguir. E foi com essa intenção de sustentabilidade, que Pirassununga ganhou esta semana lixeiras para coleta seletiva. De acordo com o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Edy de Oliveira, serão 180 lixeiras espalhadas pela cidade, em pontos como prédios públicos, praças, creches, escolas e postos de saúde. O problema é que só as lixeiras não bastam. Para onde vai e quem vai recolher esse lixo reciclável? “Precisamos de um caminhão para a coleta”, afirma Marilsa Mantoan, presidente da Cooperep. “Hoje só temos uma kombi para recolher os recicláveis na cidade. Não vamos dar conta também dessas lixeiras”, completa Marilsa. Segundo o secretário Edy, está na mesa do Executivo o pedido de liberação de verbas para a compra de um caminhão específico para a coleta seletiva. Para recolher o lixo reciclável, a Cooperep conta apenas com uma kombi, que está lá desde a fundação da cooperativa, há 12 anos. Além do mais, essa kombi não consegue suprir a coleta dos materiais. “Nós pagamos frete de caminhão duas vezes por semana para conseguir recolher todo o material”, conta Marilsa. Além de problemas no recolhimento, falta infraestrutura na sede da Cooperep. Marilsa conta que trabalham 15 pessoas no local, mas “só tem um banheiro aqui, precisamos de mais um. Aqui trabalham homens e mulheres”, ressalta a presidente. Botas e máscaras não há. Muitas das luvas usadas pelos trabalhadores da cooperativa foram encontradas no próprio material de reciclagem, conta Valentim Garcia, o encarregado da Cooperep. Também não existe esteira na coleta. Os materiais são colocados em uma mesa para a seleção, dimi-nuindo a produção. No local, há uma espécie de barracão onde é realizada a separação e armazenamento dos materiais. Ao lado tem uma estrutura com um banheiro e outro cômodo, que é usado como escritório. Os trabalhadores almoçam ao lado de todo esse lixo, mas não há paredes ao redor protegendo, por exemplo, contra a chuva.
Responsabilidade De acordo com Marilsa, “ainda vem muito lixo misturado ao material recolhido para reciclagem, as pessoas não aprenderam a separar os materiais”. Em termos gerais, o lixo é composto por materiais que perdem sua utilidade após o uso. Já os recicláveis são passíveis de se transformar em matérias-primas novamente, por meio de processos físicos ou químicos. É o caso do plástico, do vidro, do metal e do papel. A Cooperep produz em média cerca de 20 toneladas de reciclados por mês, ou seja, são mais de 20.000 kg de recicláveis tirados das ruas de Pirassununga. “Todos dependemos daqui e não podemos abandonar a reciclagem”, conta Marilsa. Porém, outros materiais como resíduos de construção e galhos, ainda são jogados no aterro, diz o secretário Edy de Oliveira. “A Prefeitura deve lançar um edital público para realizar uma parceria para a reciclagem do lixo de materiais de construção”. Já quanto aos galhos “está em licitação a contratação de uma empresa para dar uma destinação correta”, completa o secretário. Mas, para ambos, o prazo é indeterminado. Quem quiser levar reciclados, ou mesmo ajudar a Cooperep, pode entrar em contato com a Marilsa Mantoan pelo telefone (19) 9824-0604
25,7 toneladas de lixo De acordo com dados da CETESB (2010), cada pirassununguense produz em média 360 gramas de lixo domésticos sólido por dia. Somando toda a população, a cidade gera 25,7 toneladas de resíduos sólidos domiciliares por dia. (Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares 2010 Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB). Atirar lixo para fora do carro configura infração de trânsito, além de desrespeito ao meio ambiente (atirar ou abandonar objetos ou substâncias na via, infração média, multa de R$ 85,13 e 4 pontos na carteira/Fonte: DETRAN).
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